Ciclo viagem a Aparecida do Norte
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Essa história merece um subtítulo, que seria bem representado se fosse assim:
Pedal e não pedal pra Aparecida do Norte
Falamos muito sobre esse pedal há cerca de um mês, da necessidade de se fazer revisão na bike, de cuidar pra que tudo esteja pronto uns dois dias antes. Não atrasar no dia de encontrar o grupo, etc...
No grupo de Whatsap fui ignorado, pelo pessoal do Roda Presa, não respondiam quando eu postava, em seguida faziam suas postagens e começavam a comentá-las.
Mas pessoalmente todos me cumprimentaram, conversaram comigo, etc. e tal, Seu Roberto pra cá, seu Roberto pra lá...
Humm será que eu estava enganado? não não poderia estar enganado, eles me desprezaram no grupo. Mas... deve ser auto proteção, sentimento "celulariano" de quem quer proteger o nome do seu grupo, visto que eu não estou neste e estou em outro com pessoal desse grupo chamado ... Pedal Existencial. Coisas do mundo do whats, não devem assumir tanta importância assim...
Quero aproveitar este trecho e render uma homenagem ao grupo de ciclismo Ascibikers, criado pelo saudoso ciclista seu João Carlos, hoje com passeios conduzidos pelo seu Nivaldo e seu Andelcio.
O que fez com que mudasse de ideia e deixar pra lá as coisas do whats, foi a primeira providência antes do início do pedal:
Todos participantes se juntaram numa roda, e depois de algumas considerações sobre a organização, se deram as mãos e rezaram um pai nosso e uma ave Maria.
Todos participantes se juntaram numa roda, e depois de algumas considerações sobre a organização, se deram as mãos e rezaram um pai nosso e uma ave Maria.
Aí então começou nossa ciclo aventura. Pedal e não pedal pra Aparecida do Norte
Trinta ciclistas pedalando pela cidade, com uma garoa fina partindo às 10 e 40 da noite, de uma sexta feira da avenida Atlântica na zona sul. A maioria veio do Grajaú.
Avançamos pela marginal Pinheiros, passando por bloqueios de obras, desviando pelo meio, pelas beiradas... até o pessoal que trabalhava nas obras da pista olhavam curiosos,alguns cumprimentavam.
Em pouco tempo rompíamos os primeiros 20 e tantos quilômetros... e já avançávamos na avenida nove de julho, alcançando o túnel. Atravessamos o centro da cidade, passando pela praça das Bandeiras, avenida Tiradentes, alcançando a marginal Tietê.
Um grupo de ciclistas pedalando juntos, mexe com a imaginação das pessoas, acho que muita gente se vê naquele grupo, entre amigos, curtindo uma pedalada. Isso mexe com São Paulo... do metrô, do ônibus lotado, das caras de paisagem.
Mas já depois das 4 da madrugada, chamava a atenção a quantidade de furos, e era um e seguida do outro...
Assim foi até o amanhecer, quando o grupo chegou na altura de Guararema, muitos como eu mesmo, já estavam cansados não exatamente de pedalar, mas de pedalar e parar e depois seguir.
Isso mexe com a preparação, com o condicionamento físico de todo mundo. Aquece, esfria, aquece novamente e assim vai indo... e desmotivando, porque pedalar é motivação, é adrelnalina. Parar esfria, desmotiva.
Isso mexe com a preparação, com o condicionamento físico de todo mundo. Aquece, esfria, aquece novamente e assim vai indo... e desmotivando, porque pedalar é motivação, é adrelnalina. Parar esfria, desmotiva.
Então por volta de seis e pouca da manhã, recomeçando a chover, e naquele ritimo de pedal e não pedal, achei melhor entrar na Van, pensei em abandonar o pedal.
Chega, pensei, chega de tanto parar pra consertar, isso já cansou. Aquela frustração foi dominando e resoluto, coloquei minha bicicleta na carretilha. Eu só não, a Priscila, Andrea, o China, mais dois ciclistas, desculpe não lembar o nome vou nomear como personagens... Anderson itaim, Jonas, que escapou da baleia...
-...Eles estão se esforçando pra chegar... As ciclistas se contaminaram, ouvi da Andrea e a Priscila falando:
Um parentese aqui, Amélia é uma advogada, que mora depois do Grajaú, e pelo menos três vezes na semana, vai pedalando para o trabalho, lá na Chácara Santo Antonio...
Merece essa nota.
Esta é a Priscila, meio malabarista meio ciclista, tem mania de soltar as mãos do guidão, nossa senhora protetora dos ciclistas abusados... tenho receio de pedalar ao lado dela quando faz isso.
Já presenceiei um abuso ainda maior, quando pedalávamos em grupo atravessando o centro de Sampa, sobre a praça 14 bis, além de estar sem as mãos no guidão, manuseava o celular... ah vá catar coquinho... kkkk
Mas ela tem outra vantagem, é muito animada, empreendedora e tem jeito pra incentivar quem está começando no pedal. Muito positivo, guerreira.
Esta da esquerda é a Andrea, hoje esposa do Anderson, que estava neste pedal. Também meio malabarista meio ciclista, tem essa mania de soltar as mãos do guidão, causa arrepios, nossa senhora protetora dos malucos...
Mas vai além, muitas vezes ergue os braços quando está pedalando... foi ela mesma quem contou e eu estava por perto e ouvi: Lá em algum lugar do passado, quando ela pedalava próximo à rua do então amigo, acabou capotando com sua bike.
E foi procurar o Anderson. Aí presumo que deve ter sido ajudada, e sabe como é, um curativo aqui, um ai ai dali... e hoje eles tem três netinhos. A última é uma netinha. Coisas do ciclismo.
Depois dessas notas, em homenagem às ciclistas desse pedal, no mês rosa, mês da padroeira do Brasil, vamos voltar ao nosso assunto, agora vai...
Esta é a Priscila, meio malabarista meio ciclista, tem mania de soltar as mãos do guidão, nossa senhora protetora dos ciclistas abusados... tenho receio de pedalar ao lado dela quando faz isso.
Já presenceiei um abuso ainda maior, quando pedalávamos em grupo atravessando o centro de Sampa, sobre a praça 14 bis, além de estar sem as mãos no guidão, manuseava o celular... ah vá catar coquinho... kkkk
Mas ela tem outra vantagem, é muito animada, empreendedora e tem jeito pra incentivar quem está começando no pedal. Muito positivo, guerreira.
Esta da esquerda é a Andrea, hoje esposa do Anderson, que estava neste pedal. Também meio malabarista meio ciclista, tem essa mania de soltar as mãos do guidão, causa arrepios, nossa senhora protetora dos malucos...
Mas vai além, muitas vezes ergue os braços quando está pedalando... foi ela mesma quem contou e eu estava por perto e ouvi: Lá em algum lugar do passado, quando ela pedalava próximo à rua do então amigo, acabou capotando com sua bike.
E foi procurar o Anderson. Aí presumo que deve ter sido ajudada, e sabe como é, um curativo aqui, um ai ai dali... e hoje eles tem três netinhos. A última é uma netinha. Coisas do ciclismo.
Depois dessas notas, em homenagem às ciclistas desse pedal, no mês rosa, mês da padroeira do Brasil, vamos voltar ao nosso assunto, agora vai...
À partir daquela parada, em São José dos Campos, resolvemos voltar... Nem sei que horas, poderiam ser umas oito e pouco sei lá.. estava decidido a voltar pro pedal.
Daquele trecho em diante, pareceu a princípio que os furos aconteciam mais espaçadamente, ao invés de cada um ou dois quilômetros, aconteciam a cada 5, 6... dava pra pedalar um pouco mais... era a impressão.
Ouvimos música à noite na estrada, dos anos 80, com a torrezinha sonora da Ámélia,... que bom, mas o som não dava conta do que viria pelo dia todo: Furos e mais furos, minando nossa resistência. Pedal e não pedal o tempo todo...
Marcelo, que já teve biclicletaria, devoto de Nossa Senhora era uma boa salvação da lavoura, em muitos dos casos, era ele, quem socorria e fazia o conserto bem rápido.
Teve até um momento em que não sei como inverteram a corrente da bike, e ninguém conseguia entender como isso tinha acontecido... Aí o Marcelo com sua paciência de Jó, veio e ainda disse:...¬ Deixa o dotô trabaiá...
O Joby também se desdobrou quando percebeu que eram muitos pneus furando, e arregaçou as mangas, dando uma força pro pessoal.
Pouco antes de sair da rodovia Carvalho Pinto (continuação da Ayrton Senna), e entrar na Dutra, nosso colega Anderson, dos mais insistentes em viagens havia desistido de pedalar e não pedalar e resolveu entrar na Van.
Frustração esse é o nome que podemos
Frustração esse é o nome que podemos
conferir a um pedal, onde não se consegue pedalar.
Tem momentos em que um guerreiro abre mão da sua bike, pra permitir a outro sentir a sensação de chegar ao objetivo da missão.
Foi assim que Anderson, que já havia pedalado nesse mesmo percurso em maio, viu o amigo Mi, se decepcionar com sua bike, pois os raios da roda dianteira começaram a soltar, e ovalizar.
Aí quem já estava meio cansado de tanto ver consertos de furos de pneus, ofereceu sua bike e o estreante nesse trecho, não vacilou, agarrou a chance e foi com ela em busca da missão final.
Tem momentos em que um guerreiro abre mão da sua bike, pra permitir a outro sentir a sensação de chegar ao objetivo da missão.
Foi assim que Anderson, que já havia pedalado nesse mesmo percurso em maio, viu o amigo Mi, se decepcionar com sua bike, pois os raios da roda dianteira começaram a soltar, e ovalizar.
Aí quem já estava meio cansado de tanto ver consertos de furos de pneus, ofereceu sua bike e o estreante nesse trecho, não vacilou, agarrou a chance e foi com ela em busca da missão final.
No trecho inical da Via Dutra, começamos a deparar com romeiros, caminhando à pé pelo acostamento rumo ao santuário de Aparecida. Deve ser bem mais difícil e doído, caminhar assim, pensei.
Paramos numa primeira barraca e depois de comer um delicioso pão com manteiga, e um café quentinho, ainda veio um voluntário oferecer chocolate líquido, e deve ter notado minha idade mais coroão..., e avisou:
¬ Se você estiver sentindo dores, logo ali temos serviço de massagem também... (tudo gratuito e oferecido com muito boa vontade).
Quero dizer ainda que pedalar e não pedalar pela rodovia exigiu muito, mas muito esforço, deparamos com vento contra, à favor, com motoristas que passavam na pista direita, bem próximos da linha do acostamento.
Acontecia também de motoristas buizarem saudando o grupo.
Acontecia também de motoristas buizarem saudando o grupo.
Santuário de Aparecida do Norte, queríammos tanto, mas tanto entrar nessa casa. Eu comecei a notar a presença da mãe Aparecida no trecho final da Dutra, através daquelas pessoas voluntárias oferecendo sua ajuda.
Teve gente que esticava o braço pra oferecer água, isso era muito gratificante.
Teve gente que esticava o braço pra oferecer água, isso era muito gratificante.
Eu esperei a minha vez.. Fui lá e anotei meus agradecimentos e meus pedidos.. Quando voltei ao acostamento, estávamos em cinco acho, o Joh já tinha partido..
Como dizia, pensei na mãe querida, agora mais ainda, era como se estivesse estendendo seus braços pra nós, ali tão indefesos sofridos pedalando.
Passávamos por romeiros que caminhavam à pé sofrendo também pra chegar no Santuário.
Passávamos por romeiros que caminhavam à pé sofrendo também pra chegar no Santuário.
Nossa Senhora, começo entrar na sua casa, nesta casa de amor e de solidariedade. É sua mensagem existindo nas pessoas, nas margens dessa rodovia. Pensei tanto naqueles furos de pneus, se estávamos indo ao santuário pra que tanto sofrimento...
Mas foi em casa, no final da aventura que imaginei: Nossa Senhora, queria nos proteger, todos estavam muito entusiasmados e poderiam acelerar, fazer ultrapassagens, correr mais riscos, e aquelas rodovias estavam com tanto movimento... foi então uma forma de nos proteger, fazendo parar um pouco a cada instante...
Chegamos. Todos pedalaram, a maioria cumpriu o trajeto todo no pedal, eu e mais alguns colegas, pulamos um trecho, de uns 40 quilômetros.
A Priscila, soube depois, que no trecho final, sentindo dores nos pulsos, unha encravada... não aguentou e foi pra Van.
Mas quem pedalou o trajeto todo, quem pulou um trecho, quem se frustrou e desistiu de pedalar depois de mais de cem quilômetros todos, e cada um foram e são vencedores.
Cumpriram a missão, deram tudo de si, até a última gota de esperança, de esforço,
de insistência.
Chegamos, e somos todos muito gratos, pela sua benção, pela proteção, fomos e voltamos todos sem nenhum arranhão, agradecemos essa benção, querida mãe, muito obrigado Nossa Senhora Aparecida.
Parabéns guerreiros, muitos deles do Roda Presa, do Pedal Existencial, em fim do ciclismo e da persistência. Cada um com sua cota de esforço, fez acontecer essa viagem, uma romaria à casa de Nossa Senhora Aparecida.
*Anderson, *Andrea, *Douglas, *Eduardo, *Joby, *André, *Mi, *Marcelo, *Luizinho, *Fernando, *Sérgio, *Rodrigo Pulmão, *Amélia Rodrigues, *Paulo Sérgio, *Anderson Lima, *Márcio Queiroz, *Diego Rodrigues, *Anderson Santana, *Xandão,*Gabriel,*Ismael,*DiegoVZ,
*Marciano, *Priscila, *China, *Roberto, *Joh, *Markito, *Edmilson, *Rafael.
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